Revendo os conceitos

Vou tratando de ralar bastante os joelhos… e cotovelos…. e….

Raquel

Quanto mais simplicidade, melhor o nascer do dia!

É essa simplicidade que eu quero pra mim!

Simplicidade – Pato Fu

Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia

 

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Toda cura pra todo mal…

 

Raquel

Titio-Papai

Ontem recebi um abraço tão cheio de vida e verdade que não pude deixar de escrever sobre essa pessoa linda na minha vida e que eu amo imensamente. É um pouco difícil para eu falar sobre a relação pai e filho. Não tive um pai presente e a figura paterna fez e ainda faz muita falta. Porém, tive a oportunidade de conhecer alguém (a corrente sanguínea fez questão de nos unir) que hoje o considero um pai postiço. Um tio com a barriguinha saliente, os olhos claros e cheio de amor dentro do peito. Ronaldo é um homem prendado, ele faz uma limonada como ninguém e me ensinou uma receita de bolo com leite condensado que deixa qualquer um salivando. Ele tem um apetite indescritível, e come muito mais do que você possa imaginar. Os melhores dias da minha vida foram ao lado desse homem. Não esqueço das infinitas vezes que fomos à pé ao centro, que fomos aos parques, que comemos pizza, pamonha ou pastel na rua, que dormi aconchegada na sua barriga macia. Tio Ronaldo. Meu titio-papai. Meu paizinho de coração. Meu paidrinho. Meu amigo. O homem que vai dançar comigo no meu baile de formatura (mesmo que eu não venha a participar do mesmo, ele vai dançar comigo em qualquer lugar, celebrando a mais nova Bióloga no mercado de trabalho), que vai entrar comigo na igreja no dia do meu casamento, que meus filhos vão chamar de vovô Ronaldo.

Amo muito você!

Raquel

Viagem ao centro de mim

Eu fitava meu reflexo em um espelho grande e redondo, do meu tamanho, com o propósito de sentir a composição química e estrutural do meu ser. Meus olhos negros acompanhavam a minha pele morena clara e tentavam adentrar nas camadas subseqüentes do tecido epitelial. Buscava viajar pelos órgãos, sangue, células e organelas. Minha visão estava ansiosa para tatear tudo aquilo que vivia aqui dentro. Porém, ao invés de radiografar meu mundo invisível a mim, começou a vasculhar, sem nenhum pretexto, algumas partes obscuras e externas do meu corpo. Na pele elástica e lisa, surgiram resquícios de penas, outra parte feita de escamas e meu organismo tentava esconder o que estava tão claro. Meus olhos nervosos iam de minuto a minuto achando diferentes formas, vindas de outros seres que, até então, não faziam parte desse ser. Encostava nas diferentes texturas com minhas mãos trêmulas e a cada toque brotavam mais e mais desenhos da natureza. Uma enchente de lágrimas escorreu dos meus olhos, uma chuva regando meu próprio território. Sorri suavemente, mesmo sem conseguir entender, a princípio, o que ocorria e meu cérebro borbulhava idéias e possíveis respostas. Mas só no outro dia, depois de voltar ao meu estado normal, fui compreender que o exposto foi só o que eu queria ver.

 

(Sou composta quimicamente, estruturalmente e sentimentalmente, na totalidade, por matéria e energia de todos os elementos bióticos e abióticos existentes, simplesmente.)

 

Raquel

Na escuridão

 

Andava por um caminho ordinário, tortuoso e cheio de mentiras. Não entendia como havia entrado naquela trilha escura, já que suas lembranças eram profundamente rasas e desbotadas. Caminhava devagar, com receio, uma cautela tenebrosa e sentia-se também temida. O olhar percorria até onde o horizonte alcançava e as saídas continuavam escondidas e difusas. Procurava sempre a nuvem mais escura do céu azul escuro, um abrigo improvisado e útil nos momentos mais difíceis. Entre alguns tropeços ocasionados por sua mente dispersa, perdeu as forças e sucumbiu-se ao chão. A cabeça latejava e seu corpo acabou se materializando, momentaneamente, em suas vertigens. Estava sã, mas preferiu se aconchegar entre a terra vermelha e se manter paralisada. A poeira quente e úmida subia e coloria seu corpo, e sem querer a protegia de olhares maldosos vindos de seus próprios pensamentos, ou não. Acabou adormecendo no meio da estrada, onde passavam outras almas, também mal acabadas. O vento da noite fazia um eco forte e remexia o solo fofo. Acordou do sono pesado parcialmente enterrada, obra da noite e fúria da ventania. Não podia sair dali, estava debilitada e sua fala era fraca, ao ponto de emudecer na iminência de um grito de socorro. Não a ajudaram, e a indiferença alheia chegava a assustá-la. Sem saída se enterrou nos próprios pensamentos, na esperança de encontrar ali suas lembranças, e talvez, quem sabe, também, um lugar melhor.

 

Raquel

Livros de ter: Meu Pé de Laranja Lima

 

Zezé é um menino de 5 anos, que apesar da pouca idade tem pensamentos de gente grande. Traquina como ninguém, apanha proporcionalmente e, muitas vezes, exageradamente as suas artes. Ele vive entre a fantasia, a realidade dura de uma família pobre e os hematomas do cinto de duas fivelas de seu pai. Extremamente sensível, Zezé encontra a dor, não só as externas, mas as que atingem o peito, muito cedo. Precoce, como os vizinhos e o padeiro da rua de cima o classificam, o menino pequeno dos cabelos dourados é o personagem mais complexo, singelo e intenso de todos os livros que já li. Sim, ele é um meninote tão incrível que daria tudo para ter a oportunidade de encontrar alguma criança que se parecesse, pelo menos um pouco, com ele. Essa é a história da obra prima de José Mauro de Vasconcelos,  que teve uma inspiração autobiográfica para escrever esse doce e terno livro. Zezé vira o José Mauro mais tarde, mas ele continuou sensível, ao ponto de expor sua história de uma maneira brilhante, regional e chorosa, que me marcou profundamente. Se todos mantivessem o espírito da infância, provavelmente o mundo se encheria de mais amor. Termino com uma frase de Zezé, que me faz pensar muito:

‎”Matar não é só pegar o revólver de Buck Jones e fazer bummmmmmm. A gente mata com o coração. Vai deixando de querer bem e, um dia, a pessoa morreu…”

Que em 2011 nós não maltratemos os outros, nem sejamos maltratados. Morrer e matar, não são atos felizes.

Feliz 2011 para todos nós!

 

P.S.: O filme  de 1970 (ainda não o vi) está disponível para download aqui.

Update: Assisti o filme. É bonitinho, mas o livro, como sempre, foi uma experiência bem mais intensa e completa.

 

Raquel

Luzes e sombras sobre mim

Adormeci com o luar como uma manta fina e delicada sobre meu corpo, uma segunda pele, prata e perfumada. Mal podia esperar o amanhecer e ser coberta novamente com outras cores, agora pelo sol. O dia aparece e a luz chega a princípio aos meus pés enrolados um no outro e sobe deixando minha pele dourada e incandescente. O brilho quente escorrega deslizante, sem pressa e acompanho com meus olhos o seu percurso. Fico ali deitada na minha cama macia a esperar ser tomada, na totalidade, pelo nascer do sol. De repente, os infinitos pontos de raios solares chegam e apontam por todos meus ângulos, curvas, formas, dobras, pêlos e poros. O calor me abraçou forte, e sua energia infiltrou no meu corpo, a partir da minha pele sonolenta. Meus olhos entreabertos se abrem, e vejo o céu com suas cores refletidas no meu ser. Sinto-me parte necessária do universo, uma peça chave e que se encaixa perfeitamente em todas as outras. Levanto-me e me curvo perante tudo o qual minha janela estava a moldurar. Faço uma prece silenciosa e com pés descalços começo um dia que tem tudo para ser bonito como o meu amanhecer.

 

Raquel

Um começo

Às vezes eu me vejo rindo de mim mesma, das minhas contradições e inseguranças. Eu só comecei a perceber o quão confusa era a partir dos meus escritos postados nesse blog. Em intervalos curtos de tempo vou de um extremo ao outro, com pensamentos e estados de espírito controversos. Paro e penso, isso é natural? É normal da natureza humana essas inconstâncias não confortáveis? Não sei responder a esse questionamento, pois já tenho dificuldade de entender eu mesma e o que se passa nessa minha mente cheia, que transborda idéias, sonhos, ilusões, desejos, dúvidas e mais questionamentos. Pelo menos, coragem de expor todos meus vícios estou tendo. Quero neutralizá-los, e começarei com o vício de pensamentos corrosivos. Quem já teve pensamentos feios, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas? São doloridos e exaustivos, nos deixam cansados mentalmente e fisicamente, sugam nossas energias e nos levam, muitas vezes, a um estado emocional delicado. Assim, meu primeiro passo, em busca do meu encontro com Deus é dosar meus pensamentos, deixar entrar apenas poucas coisas e limpar, jogar fora, todos aquelas idéias destrutivas. Eu, apesar de agora tentar deixá-los de lado, perdôo a mim mesma por tê-los durante algumas boas horas da minha vida. Sei que não me tornarei santa, já que sou humana em todos os sentidos, mas quero me purificar, controlar minha mente e meu corpo. Vamos ao primeiro passo então, sempre que surgir algo indesejável pronunciarei silenciosamente: “Esse pensamento não vai entrar na minha mente, não, não, não…”.

Update: Em um dia tentando algumas milhões de vezes controlar minha mente vi que não é só uma etapa, ou um começo, e sim um exercício frequente, que irá me acompanhar em todos os dias da minha vida. Vida longa a ele! 😉

 

Raquel

Deus dentro de mim

Eu nunca procurei tanto uma consciência de mim como agora. Para isso, estou aos poucos estudando e me inserindo no mundo da fé. Quero muito encontrar com Deus e me refugiar nos seus ensinamentos e nessa paz entorpecedora. Sou contra qualquer tipo de fanatismo e também não tenho uma religião específica para seguir.  Tudo que eu quero é Deus. Deus dentro de mim. Cansei do meu ceticismo e egoísmo, da minha constante confusão mental, das dúvidas, ansiedades e incertezas. Para esse encontro com Deus, estou me infiltrando na meditação e na Yoga, e talvez, também, na escalada. Quero águas plácidas dentro de mim para assim poder me enxergar reluzente nas poucas ondas de um rio. Quero misturar meu sangue e vibrações com o canto do universo. Não quero mais debater comigo mesma, cheia de perguntas e ilusões. Quero a verdade, pura e terna. Só a verdade.

Namastê!

Um beijo, e coloquem minha vida em suas preces.

 

Raquel

Eu, Paul e a lua.

Meu relato do dia 21/11/2010. Show do Paul McCartney no Morumbi.

A espera:

Ao pisar em solos paulistas senti um clima irresistível. O aeroporto estava tomado por gente de todas as idades e crédulos, mas com algo em comum, os Beatles. Camisetas, tatuagens, cortes de cabelo e bagagens com referências aos garotos de Liverpool. Compartilhei meus sorrisos com todos os meus cúmplices, companheiros de Beatlemania, que iriam presenciar um espetáculo tão sonhado. Tudo parecia surreal e a ficha caia devagarzinho.

Enquanto estávamos a caminho do estádio, um filme passou em minha cabeça. Lembrei-me de todos os momentos em que as músicas dos Beatles estiveram presentes em minha vida. Por um momento me senti na década de 60, uma mocinha histérica de vestido rodado. Desejei ser ela por um momento e ver os Fab 4 cantar ao vivo. Voltando a minha realidade, o mais próximo que eu poderia chegar era ir a um show do Paul ou Ringo, ou os dois juntos. Emocionei-me ao me encontrar exatamente nessa situação, estava prestes a ver e ouvir o Sir. Paul cantar suas músicas para mim. Chorei baixinho, com poucas lágrimas, meio escondida, olhando a paisagem da metrópole.

A chegada tão esperada ao Morumbi foi incrível, uma multidão de Beatlemaníacos nos esperava. Filas enormes em caracóis, e aquele mesmo clima maravilhoso de cumplicidade. Todos ali com o mesmo propósito, mesmo sonho, mesma ansiedade e inquietação. Foi difícil encontrar o final da fila, e à medida que íamos andando em volta ao estádio mais encontrávamos pessoas emocionadas, deslumbradas, excitadas e sorridentes. Últimos da fila por um milésimo de segundo: estávamos a postos e prontos. Conheci pessoas adoráveis nesse momento. Não posso esquecer-me do casal divertido, com seus 30 e poucos anos, de Curitiba e pai e filho fanáticos de BH.

A fila andou, e todos vibraram. As horas dessa espera, por mais agradáveis que eram as companhias, estavam nos matando. Quatro horas para o início do espetáculo.

Quando entramos no estádio soltei gritos de alegria e corri para encontrar o lugar perfeito. Achado! Agora restou-nos uma nova espera, ainda mais agonizante. O tempo definitivamente não passava, cheguei a cogitar a hipótese de o relógio ter parado.

As horas se passaram, se arrastando. 9:30 da noite, e ansiedade tomou conta. Pulava incontrolavelmente, e estralava todas as juntas e ossos estraláveis do meu corpo.

Paul estava prestes a aparecer.

O show:

Antes de ouvir seu baixo em “Venus and Mars”, olhei para trás e vi milhares de cabecinhas, um batalhão de almas fascinadas por Bealtes. Pensei um pouco no poder que a maior banda de todos os tempos teve/tem/terá na vida das pessoas. Quantos apaixonados não ouviram “Love me do”, ou “All we need is Love”, e pensaram instantaneamente no amado/a. Quantas pessoas se emocionaram com Strawberry Fields forever” ou com a letra deslumbrante de “Tomorrow never knows”. E ainda, qual o número de jornadas transformadas ou que tiveram a trajetória desviada a partir de uma canção dos garotos de Liverpool. Não pude contabilizar essas minhas estatísticas, pois um Beatle entrou no palco nesse exato momento.

As luzes se acenderam e todos se exaltaram, gritamos em coro: We Love you, yeah, yeah, yeah. O show começou! Depois de “Venus and Mars”, veio “Jet”, onde abrimos a garganta como um alívio depois da grande espera: JET uuuuuuh! A primeira canção dos Bealtes foi “All My Loving”, onde a minha ficha caiu por completo, me emocionei pela primeira vez e dancei como nunca, lavando a alma, liberando aflições e mágoas de toda a minha vida. Vieram depois “Letting Go”, “Drive My Car”, “Highway” e “Let Me Roll It”. Até ai, já tinham aflorado diversos sentimentos únicos em mim. Olhei para o Paul e enxerguei alguém íntimo, que sabia de todos os meus segredos.

Paul foi ao seu piano e começou a linda e chorosa “The Long And Winding Road”. Um homem com seus 25 anos de idade a minha frente olha para o amigo, o abraça e diz entre lágrimas: “Cara, eu nunca chorei tanto na minha vida”. O Morumbi já estava dominado, 64 mil almas em festa. “Nineteen Hundred and Eighty Five”, “Let ‘Em In”, “My Love” (Essa música eu escrevi para minha gatinha Linda, mas hoje vai para todos os namorados, disse ele em um português louvável), “I’ve Just Seen A Face”, “And I Love Her” vieram logo em seguida. Paul tentava comunicar em português conosco, até dizer: “Esta noite eu vou falar português. Mas vou falar mais inglês.” Sempre bem humorado e carinhoso com o público.

A música que me marcou profundamente foi a próxima e dessa vez não me contive. Em “Blackbird” chorei igual uma criança, soluçava e tentava cantar junto com ele, mas a voz estava travada. Nessa hora recebi um abraço de uma recém conhecida do Rio, talvez foi a música que mais me emocionou. O choro continuou com a homenagem ao John em “Here Today”, aquela frase: “And If I say, I really loved you and was glad you came along” é de deixar qualquer um derretido.

Para enxugar um pouco as lágrimas do público Paul começou a baladinha gostosa em “Dance Tonight”. E sim Paul, “Everybody gonna feel alright tonight”. Depois veio a linda “Mrs Vandebilt”. Sir. Paul voltou a mexer com o estoque de lágrimas em “Eleanor Rigby” e posteriormente, no segundo momento mais emocionante para mim, em “Something”. Ver as fotos de George jovem, saudável no telão ao som de uma das músicas mais belas, cantada agora por Paul… tem que ter o coração forte. Com a frase “Beautiful man, beautiful soul” ele termina uma homenagem linda. Com lágrimas e um sorriso maravilhado meu corpo inundou uma explosão de sentidos, me senti no céu.

“Sing The Changes”, “Band on the Run”, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Back In The USSR”, “I’ve Got A Feeling”, “Paperback Writer” vieram depois para extravasar meu corpo e espírito. Uma montanha russa de emoções.

“A Day In The Life / Give Peace A Chance” foi um momento especial. Todos começaram a soprar seus balões brancos. Erguidos, vestindo um Morumbi lotado. Ele diz: “Yeah, All we are saying is give Peace a chance, with white balloons, you are beautiful, you are something else”. Foi sublime.

“Let It Be” veio para deixar todos os corações ainda mais apaixonados. Depois “Live And Let Die” cheia de fogos e efeitos, muito especial.
“Hey Jude” tremeu todo o estádio. Todos sincronizados: na nananana Heey Jude, fantástico!

Paul apresentou a “minha banda fantástica” para todos nós e depois deu um tchauzinho. Não demorou muito e todos em coro diziam:  I dont know why you say goodbye, I say hello. O Sir. Paul voltou logo após as aclamações com “Day Tripper”, “Lady Madonna” e “Get Back”.

Mais um tchauzinho. Mas já sabíamos que ele iria voltar, claro. Trouxe para nós mais um momento de emoção com “Yesterday”, todos em minha volta derramaram lágrimas.

Ele estremeceu todos, ainda, com “Helter Skelter” e finalizou minha experiência mais incrível de vida com “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” e “The End”. Ele se despediu fechando os olhos e fazendo uma onomatopéia de sono e com um ronco, “roooonc”.

Pronto, acabou-se o que era doce.

Depois:

Fomos embora, e ai que sentimos as dores no corpo. A mochila estava pesada e os pés não cabiam mais nos tênis. Na volta conhecemos um moço de Honduras, sim Honduras.

Chegamos ao aeroporto por volta das 2 horas da manhã. Eu estava anestesiada, e não conseguia pensar em muitas coisas. Deitei no chão do aeroporto, com minha mochila como travesseiro e tentei dormir, um pouco em vão. O que era realidade e sonho se misturaram em minha mente, estava confusa.

Esperamos, aéreos, o vôo de volta. Antes do embarque chorei muito. A depressão pós Paul tinha chegado em mim.

Foi tudo tão perfeito. Melhor dia, sem dúvida, de toda a minha jovem existência. Ficou marcado em mim, nos meus filhos (que ainda nem existem) e estará registrado para o sempre. Obrigada, mais uma vez, meu Deus.

 

Raquel